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A Ordem Hymenoptera em Curvelo


By Geraldo M. Pereira | junho 15, 2016 | Category Insetos

“Ao quando dava qualquer estiada, saía um solzinho arrependido, então vinham aparecendo abelhas e marimbondos, de muitas qualidades e cores, pousavam quietinhos, chupando no caixão de açúcar, muito tempo, o açúcar mel-mela, pareciam que estavam morridos.”  João Guimarães Rosa – Manuelzão e Miguilin

Paraponera clavata (Fabricius, 1775)


Eles estão por toda parte. Estão perto de nós, em nossas habitações, em cada rua, nas cidades. Não se pode descuidar com o que é doce, o armazém pelo qual tanto labutamos eles também labutam. Mas é na mata que eles reinam, no cerrado. Sob o solo cavidades ligadas por túneis a perder de vista, sobre ele torres, montículos e enormes montes de terra denunciam a sua presença. Nas árvores enfeitando em formas diversas seus curiosos ninhos. As suas cores nos avisam que é melhor não facilitar. Interagem com outros seres em um intricado jogo de alimento e proteção. Ah, o doce do mel… E as folhas daquela árvore, para onde foram? Os seres da ordem Hymenoptera são bem mais que insetos que nos trazem o risco de ferroadas, de invadir o tempero que a cana nos fornece ou de desfolhar roseiras do jardim. São seres vitais para o planeta. Dependemos deles para a produção de alimentos e para o controle biológico. Pense duas vezes antes de enxotar com violência aquela abelhinha que ronda, a formiga que espia e carrega, a vespa que briga ferrenha com a aranha e constrói simpáticos cemitérios de barro em nossas paredes.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses importantes insetos?


Linnaeus, Hymenoptera e o casamento

Existe uma discussão quanto a origem do nome que designa essa ordem. Conforme consenso geral o termo quer dizer “insetos de asas membranosas” originário da junção das palavras gregas hymem – membrana – e pteron – asas, e referindo-se unicamente à estruturação fisiológica das asas dos insetos característicos. Porém, no respeitado Insetos do Brasil, Capítulo XXX – Ordem Hymenoptera, A. da Costa Lima  cita que:

” Nabours (1945), com toda razão, acha que Linnaeus, com a admirável perspicácia que o caracterizava, criou o nome Hymenoptera para estes insetos, atendendo sobretudo à circunstancia de se realizar a união sexual quando se acham em voo (de hymen, casamento e pteron, asa, voo). De acordo com Nabours é inadmissível a derivação de Hymenoptera de Hymen, membrana. “

Cavalo-do-cão (Sem identificação segura
de espécie ou gênero)
Mischocyttarus spp.
Camponotus sericeiventris (Wheeler, 1934)


Nesse contexto a denominação se refere ao comportamento sexual particular dos insetos compreendidos na ordem. Ao cunhar o termo Hymenoptera estava Linnaeus se referindo ao filho de Apolo e Afrodite, Hymenaios, o deus do casamento. Diz o mito, entre outras coisas, que se Hymenaios não fosse convidado ou não comparecesse ao matrimônio esse não seria bem sucedido. Aproveitando-se de toda essa simbologia envolvendo as peripécias matrimoniais do mito helênico, o médico belga Andreas Vesalius, fundador da moderna anatomia, denominou hímen o misterioso órgão feminino que geralmente irrompe no momento do primeiro ato sexual, selando de vez a união do casal. Não é lindo? Linnaeus então pegou carona nessa mistica e temos dessa forma a ordem Hymenoptera, a dos “insetos alados que se casam em voo”.


Conhecendo a ordem Hymenoptera

Cavalo-do-cão – Pepsis decorata (Banks 1946)

Na classificação tradicional das espécies a ordem é um táxon de alto nível hierárquico em que se agrupam as famílias compostas por espécies que apresentam semelhanças funcionais e morfológicas entre si. Abelhas, formigas, vespas, cavalos-do-cão, feiticeiras e marimbondos são alguns dos milhares de insetos que apresentam particularidades entre si e portanto estão incluídos na ordem Hymenoptera. São catalogados cerca de 120.000 espécies em mais de 100 famílias (números que variam constantemente em razão da descoberta de novas espécies e outros fatores que podem influenciar nas estatísticas aceitas), estando esta ordem atrás apenas de Coleoptera e Lepdoptera em número de espécies.
Os himenópteros têm como característica básica o exoesqueleto – ou integumento, estrutura externa que reveste o corpo dos insetos, dando-lhes proteção sem interferir na sua mobilidade. Conforme o inseto cresce, vai trocando de exoesqueleto – esclerotizado – processo químico em que com o passar do tempo o exoesqueleto vai adquirindo dureza e ganhando uma tonalidade escura. Em geral o exoesqueleto é nu ou revestido de pilosidades ou cerdas, plumosas ou ramificadas.
O aparelho bucal é do tipo mastigador (mandibulado), hipógnato (onde as peças que o formam ficam voltadas para a cabeça) cuja mandíbula é mais ou menos desenvolvida, mesmo nas espécies lambedoras, como as abelhas.
Os tarsos – última secção das patas dos insetos, articulada, formada por peças denominadas tarsômeros – são, na maioria das espécies pentâmeros, embora existam espécies tetrâmeras e mesmo trímeras.
São dois pares de asas membranosas em que as anteriores são maiores que as posteriores, ligadas entre si por uma fileira de pequenos ganchos denominados hamuli. Diversas espécies não apresentam asas – são ápteras – na maior parte da sua vida ou na maioria da sua população (como é o caso das formigas, em que somente a rainha e os machos as possuem). Nas vespas solitárias da família Mutillidae somente as fêmeas não as possuem.

Mamangava – Xylocopa grisescens
(Lepeletier, 1841)
Feiticeira – Hoplomutilla sp.
Trigona fuscipennis (Friese, 1900)


O abdome é metamerizado – constituído por segmentos – tendo o propódeo incorporado ao tórax, sendo a estrutura formada por essa junção denominada alitronco. Em grande parte das espécies é ligado por uma fina extremidade ao tórax, condição morfológica denominada cintura de vespa – que se apresenta mais ou menos pronunciada conforme a morfologia de cada espécie.
Ocorre forte dimorfismo sexual – diferença entre macho e fêmea – sendo as fêmeas mais robustas e bem maiores que os demais membros da colônia (no caso das espécies sociais) ou do macho, em si tratando de espécie solitária.

Cavalo-do-cão (família Pompilidae)

Os machos são bem menores e muitas vezes parecem ser inclusive de outra espécie. Vivem bem menos que as fêmeas – em alguns casos somente até o fim da revoada de acasalamento. As operárias são estéreis ou, no caso das espécies em que se apresentam férteis, mantêm um comportamento característico em que evitam ou são subjugadas para que não venham a colocar ovos fora do período reprodutivo, conservando assim a unidade da colônia. Em cladística considera-se que as vespas são insetos parafiléticos, ou seja, têm entre as abelhas e as formigas um mesmo ancestral em comum, mas não inclui todos os seus descendentes. Isso quer dizer que nem todos os táxons oriundos daquele mesmo ancestral seguiram a mesma linha evolutiva, adquirindo características próprias e complexamente diversas àquelas dos seus congêneres. O exemplo mais comum de animais parafiléticos são as aves e os répteis, que, apesar de terem o mesmo ancestral comum, são bem diferentes entre si.
São insetos ovíparos, ou seja, o embrião desenvolve-se dentro de um ovo fora do corpo da fêmea. Ao eclodir as larvas crescem constantemente com a  renovação do tegumento, condição denominada ecdise ou muda. Quando já desenvolvida a larva passa pela primeira metamorfose, resultando pupas do tipo livre ou  exarada, geralmente envoltas em casulo papiráceo ou sedoso. Após segunda metamorfose surge o adulto. Ocorre, portanto, a chamada metamorfose completa.

                No vídeo acima uma vespa agita as asas para diminuir o calor no interior do ninho.

Os machos adultos, via de regra, contribuem para a colônia apenas no período sexual quando fecundam a fêmea rainha. Logo após a cópula, porém, eles morrem ou vagam pelo meio ambiente, não trazendo nenhum outro benefício e mesmo não causando prejuízos para o restante da colônia. A rainha recebe do macho uma estrutura chamada espermateca, onde se encontram as células reprodutoras masculinas. Após fecundada a rainha perde as suas asas e se estabelece em uma cavidade formando assim uma nova colônia.

Machos de abelhas solitárias (as de coloração mais clara) têm o hábito de
se agrupar para dormir. As mais  escuras são abelhas sociais, que raramente
apresentam tal comportamento. Mais claras: Eucerini (Apidae: Apinae).
Mais escuras: Meliponina (=Meliponinae, Meliponini)

O aparelho ovipositor das fêmeas de muitas espécies pode apresentar uma modificação que permite a perfuração de um determinado hospedeiro onde ela fará a deposição do ovo. Ao eclodir a larvar se alimentará desse hospedeiro de dentro para fora. Essa modificação ocorre nas vespas oleiras e nos chamados cavalos-do-cão, dentre outros.
É comum entre os insetos da ordem a trofalaxia, ou troca de alimentos e secreções boca a boca.
Os feromônios são particularmente utilizados na comunicação da sociedade. Um inseto reconhece outro de seu ninho, a sua casta e o rasto deixado por outros indivíduos através da percepção química. A variação de odores de colônia para colônia ou mesmo em uma mesma colônia se dá por características genéticas quanto por fatores do meio ambiente.


Polinização e Controle biológico

Os insetos da ordem Hymenoptera desempenham importante papel no processo de polinização das plantas e no controle natural das populações de diversas espécies no habitat em que estão estabelecidos.
A polinização entomófila – polinização feita por insetos – é incomparavelmente fundamental para todos os domínios vegetais e, embora diversas espécies da entomofauna estejam imbuídas nesse contexto, a massiva ação das abelhas com ou sem ferrão, nativas ou introduzidas, é fator crucial para o sucesso das angiospermas.

Abelha irapuã – Trigona spinipes – polinizando Salvertia convallariodora

A ausência desses insetos pode ser considerada um forte sinal de desequilíbrio ecológico, uma tragédia ambiental se for levado em conta a dependência que as inúmeras espécies de plantas alógamas – que realizam polinização cruzada – tem da ação desses seres. O reino vegetal levaria um duro golpe e precisaria se adaptar a nova realidade frente a necessidade de passar adiante os seus caracteres. Preocupa o acelerado declínio das populações de abelhas em todas as regiões do planeta. O fenômeno atual de desaparecimento das abelhas é tão grave que já tem uma denominação própria dada pela comunidade científica, a desordem ou distúrbio do colapso das colônias e o grupo de especialistas da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) se viu na necessidade de lançar um alerta global através do relatório Polinização, polinizadores e produção de alimentos. Alguns governos inclusive já se veem obrigados a tomar medidas para garantir a proteção desses insetos. A vida como um todo corre o risco de levar um duro golpe. O declínio das populações pode trazer problemas inclusive para a agricultura (que, aliás, através de suas práticas agressivas, como a maciça utilização de pesticidas e destruição de áreas nativas para novos plantios está diretamente ligada ao infortúnio fenômeno de diminuição populacional de que tratamos), já que os vegetais precisam da ação dos polinizadores para se chegar ao resultado esperado, a produção de alimentos. Há um sério risco de desabastecimento global se nenhuma ação for tomada em prol da preservação dos himenópteros polinizadores.

Centris fuscata
Apis mellifera
Xylocopa sp.

Controle biológico

 Denomina-se controle biológico o fenômeno natural em que ocorre a regulação da população de uma espécie por outra, contribuindo dessa forma para o equilíbrio da natureza, evitando que uma superpopulação possa vir a causar desarmonia a um ambiente equilibrado. O controle biológico é uma das importantes contribuições dos insetos da ordem Hymenoptera para o meio ambiente.

Vespa oleira (Zeta argillaceum) predando uma lagarta
falsa medideira (P. includens)

As espécies parasitoides são as mais numerosas na ordem, encontradas em praticamente todos os ecossistemas do Planeta.   Constituem-se, dessa forma, consideráveis controladores de populações dos seus hospedeiros. Conforme a ecologia da linhagem, as vespas podem carregar as suas presas para os ninhos – em caso de vespas sociais – ou, no caso de vespas solitárias, encerrarem os hospedeiros em ninhos previamente preparados para recebê-los. No cerrado são comuns os cavalos-do-cão ou marimbondos-caçadores, diversas espécies de vespas que têm por hábito procurar entre a vegetação e mesmo no solo pelas suas presas. Não raro são avistados em embates contra aranhas caranguejeiras. Em uma zona de cerrado antropomorfizado foi verificada a ação de um espécime de vespa oleira (Zeta argillaceum) predando uma lagarta falsa medideira (Pseudoplusia includens). A vespa age de forma a inocular o seu veneno paralisante na lagarta. Esse veneno não mata o lepidóptero que é  levado e encerrado em uma estrutura feita de barro. A vespa então bota os seus ovos no interior da lagarta e as larvas, após eclusas, se alimentam do hospedeiro de dentro para fora. Vale salientar que a lagarta Pseudoplusia includens é uma importante praga de cultivares como o milho e a soja. O controle exercido pela vespa é portanto uma ajuda gratuita e fundamental para a agricultura. Outra ação verificada foi a postura feita por uma pequenina vespa da família Scelionidae em ovos de percevejo da família Coreidae (ordem Hemiptera). A vespa visitou todos os doze ovos depositados sobre uma folha e neles colocou os seus. As larvas da vespa agem consumindo os ovos, evitando dessa forma o crescimento desordenado de indivíduos da espécie hospedeira, nesse caso conhecida por sugar o caule e frutos dos vegetais causando-lhes ineficiência em desenvolvimento e produção.


Formigas, os superorganismos

Pequenas, ágeis e organizadas. Há aproximadamente cem milhões de anos as formigas povoam a Terra definindo de forma substancial as constantes pelas quais passam os ambientes em que se encontram estabelecidas. A presença da mirmecofauna, tanto em número de espécies quanto de indivíduos representa fundamental importância para os demais organismos que coabitam os seus domínios, desempenhando importante papel no controle biológico, cadeia alimentar entre outros, além de atuarem nas condicionantes do solo, como drenagem e aeração. Toda essa relevância ambiental se deve pelas suas particularidades quanto ao comportamento eusocial que apresentam. Denomina-se comportamento eusocial aquele em que estão presentes três características fundamentais:
  • Cooperação no cuidado com a prole, onde os indivíduos da mesma espécie ajudam na criação dos mais jovens até que estes estejam aptos a desenvolver as suas funções para com a colônia.
  • Divisão de trabalho, em que indivíduos inférteis ou que abdicam da condição de fertilidade colaboram com a criação de modo integral da prole de indivíduos férteis e desempenham diversas outras funções em prol da manutenção da colônia.
  • Sobreposição de gerações, onde pelo menos duas gerações da espécie convivem juntas sob e em um mesmo contexto, condição em que os filhos colaboram com os seus pais em prol do continuísmo das condições de manutenção da colônia.
Atta laevigata (F. Smith, 1860) operarias e soldados

As formigas e a sua estrutura organizacional são clássicos exemplos de um comportamento eusocial, estando presentes as três condições apresentadas acima, mesmo naquelas espécies onde as operárias são ou podem vir a se tornar férteis ou que apresentam alguma independência da colônia, como a autossuficiência na busca pelo alimento. O comportamento eusocial em formigas está intrinsecamente ligado a trofalaxia – comportamento comum aos himenópteros e a algumas espécies de outras ordens em que ocorre a transferência direta de alimentos das operárias doadoras às receptoras, condição que, dentro da estruturação de castas, pode vir a definir a qual delas pertencerá o indivíduo receptor – à quantidade de hormônio juvenil (HJ) – responsável por manter as condições larvais dos insetos, sendo que em sua ausência o indivíduo coloca-se em condições de iniciar o processo de metamorfose através da ação de outras substâncias hormonais denominadas ecdisteróides – e a feromônios – responsáveis por orientar as formigas em diversas ações do seu cotidiano, desde a alimentação dos imaturos respeitando a proporcionalidade conforme a definição de ou para qual casta ele responderá até a procura de alimentos, deslocamento da colônia, sinais de alerta, entre outros. Esse complexo conjunto de  fatores bióticos é o que permite às formigas se organizarem de forma singular, estando todos os indivíduos operários da colônia abnegados de sua individualidade, estruturando-se como um superorganismo.
Em ecologia de comunidades os superorganismos (dentro de um conceito intrínseco determinado para indivíduos de uma mesma linhagem) podem ser entendidos como organizações fechadas de uma mesma espécie em que cada indivíduo é entendido como parte complementar de um organismo maior, uma unidade com função e determinação do que fazer e como fazer dentro de um sistema ordenado em prol do benefício de toda a comunidade, garantindo assim o sucesso de propagação quantitativa e qualitativa da sua linhagem e consequentemente a sua perpetuação.

Camponotus senex (Fr. Smith 1858)
Cephalotes pusillus (Klug, 1824)
Pachycondyla sp.


Dessa forma, podemos definir as formigas como diversos indivíduos vivendo como parte única de um organismo, verdadeiras unidades de um corpo maior – que nós denominamos formigueiro. Esse gigante pulsa, respira pelas suas unidades particulares. A luta de uma formiga para se manter viva é tão somente a luta pela longevidade de todo o sistema. A sobrevivência do indivíduo está diretamente relacionada ao sucesso do todo e o todo depende do sucesso do indivíduo para a sua sobrevivência.

Atta laevigata (F. Smith, 1860). Rainha saindo do formigueiro para a
revoada nupcial

O formigueiro, portanto, trata-se do sistema comunitário mais próximo da perfeição estabelecido pela integração de seres vivos de uma mesma espécie. Existem espécies em que as operárias são autossuficientes, mas mesmo nesse contexto mantêm uma unidade comunitária, acarretando alguma dependência entre os indivíduos. Então, de um modo geral, mesmo que minimamente, todas as formigas têm como característica básica a complexidade de sua organização social.
Na colônia a totalidade de operárias são fêmeas. Em algumas espécies elas são férteis e podem vir a se tornar rainhas. Quando uma operária passa por esta condição fora do período de reprodução ela é prontamente rechaçada pelas demais, sendo isolada até que seus ovários se encolhem, sinal de que não mais é capaz de colocar ovos e, assim, começar a sua própria colônia. Após esse período de “quarentena” a formiga volta a exercer as suas funções definidas pela casta à qual pertence. Em outras as operárias são naturalmente inférteis e as fêmeas férteis nascem em um período específico. Ao se tornarem adultas essas formigas saem junto com os machos para a revoada nupcial. A rainha, então fertilizada, procura um local adequado onde se estabelecerá e começará uma nova colônia. Um formigueiro pode ter mais de uma rainha, dependendo da ecologia e da biologia de sua linhagem. A rainha se mantêm na tarefa de postura dos ovos por toda a vida, sendo o membro da colônia de maior longevidade, podendo chegar a até vinte anos conforme a espécie. As primeiras operárias a nascerem têm como função principal alimentar a rainha e cuidar dos ovos, larvas e imaturos. Logo que a colônia cresce em número de indivíduos ela passa a expandir-se em tamanho. Quando terrícola, o formigueiro encontra-se  interligado por diversos túneis e câmaras e as formigas aplicam as suas funcionalidades conforme casta a qual pertence. A especialização pode ser facilmente analisada quando se observa o formigueiro em ação.

Formigas se comunicando

As formigas operárias são, de certa forma, as mais importantes dentro do formigueiro, sendo as responsáveis pela organização e complexidade da colônia. O sistema de castas se arruma à partir das operárias, estando organizadas entre formigas soldado ou protetoras – geralmente robustas em relação às demais, têm por função cuidar da segurança dos demais membros em suas tarefas (podem também desempenhar outras funções como carregar material para o ninho) – formigas cortadeiras ou carregadeiras – responsáveis por procurar e levar material orgânico para o ninho além de se ocuparem também na tarefa de expansão e manutenção das estruturas físicas da colônia. Outros indivíduos exercem diversas tarefas essenciais como o cuidado com os ovos e imaturos, análise de material orgânico ainda em campo identificando e descartando aqueles que contêm algum elemento que possa ser prejudicial à cultura de fungos que algumas espécies cultivam para a alimentação; retirada de restos de material dispensável do interior dos formigueiros, entre outros.
As características morfológicas que diferem as formigas dos demais himenópteros é a presença de pecíolo nodoso – estruturas encontradas no tórax em numero de uma ou duas, variando de tamanho e forma conforme a espécie – antena geniculada – antena cujo escapo apresenta-se longo, dobrando-se como um joelho devido a angulação dos flagelos  – e glândula metapleural – presente somente e exclusivamente nas formigas, trata-se de uma estrutura cuja função no organismo dos Formicidae  é a de produzir secreções antibióticas que diminuem a ação de micro-organismo patogênicos no ninho, evitando assim a perda de indivíduos e contribuindo na manutenção do jardim de fungos.

Os feromônios, entre outras fatores, permitem que as formigas se identifiquem, fazendo com que membros de uma mesma colônia se reconheçam e não venham a se agredir. O encontro entre espécies diferentes ou de colônias diferentes embora de uma mesma linhagem geralmente termina em um conflito em que diversos indivíduos perdem a vida e o grupo vencedor se dará algumas vezes pela quantidade numérica outras pela sua especialização. Acima formigas mortas após o encontro de duas espécies diferentes.

Mirmecofilia

Formiga do gênero Pachycondyla em uma flor de
Anemopaegma arvense (Bignoniaceae).

Denomina-se mirmecofilia a interação ou associação de outros seres vivos com as formigas. A relação interespecífica de mutualismo facultativo ou protocooperação, onde ambos os indivíduos ou espécies envolvidas se beneficiam mas não dependem uma da outra para sobreviver é o mais notável e mais percebido quando se observa o comportamento das espécies envolvidas. Um exemplo é a interação entre diversas espécies de plantas e as formigas arborícolas. Os vegetais, através de nectários extraflorais, produzem uma exsudação apreciada pelas formigas que se alimentam dela, em troca os insetos beneficiam o vegetal protegendo-o contra outros animais, como por exemplo os que praticam a herbivoria. Outra interação se observa entre os Membracídeos e os Formicídeos. Os insetos da ordem Homóptera alimentam-se da seiva elaborada das plantas, parte dessa seiva é excretada pelos insetos e as formigas se beneficiam consumindo o excremento, as formigas então passam a proteger os membracídeos. Essa interação é denominada de trofobiose e é observada entre diversas outras espécies e os Formicídeos.  Dessa forma todas as espécies envolvidas tiram proveito dessa relação, que pode variar conforme diversos fatores ambientais como a quantidade de indivíduos envolvida bem como a predação exercida sobre as populações, o clima, a qualidade geral do meio e até mesmo a horário – o pequizeiro (Caryocar brasiliense) produz o seu exsudato nas primeiras horas do dia, o que caracteriza um aumento de formigas em suas estruturas nesse horário.

Interação tritrófica entre formiga, membracídeos (ordem Homóptera) e sucupira-preta – Bowdichia virgilioides (Fabaceae)
Interação entre formiga e imaturos de aleirodídeos – Família Aleyrodidae (ordem Hemiptera)
Através dos chamados nectários extraflorais diversos vegetais se interagem com as formigas oferendo alimento em troca de proteção 

Importância ecológica

Atta laevigata (F. Smith, 1860) rainha

As formigas são seres vitais para a manutenção do meio ambiente. Em todos os ambientes em que se encontram os Formicídeos estão entre os principais agentes de manutenção e controle biológico. Considerando-se zonas naturais preservadas a ação desses insetos torna-se preponderante para a manutenção dos fatores que definem a sua estabilidade. Essa ação por parte das colônias de formigas se mostra na interferência nas população de uma determinada espécie agindo de forma predatória e assim diminuindo o risco de uma superpopulação – o que poderia vir a desencadear uma desarmonia naquela zona de convivência inter espécies; ao carregar os cadáveres de indivíduos mortos contribuem na agindo no controle de risco de problemas causados pelo resultado da decomposição como aumento de micro organismos e substâncias danosas aos demais organismos do meio ambiente. Para os vegetais contribui significamente na dispersão de sementes. O pequizeiro (Caryocar brasiliense) quando lança os seus frutos ao chão têm nas saúvas um importante aliado. Elas retiram todo o espesso material que envolve a semente até chegar na camada espinhosa. Dessa forma aceleram o processo de decomposição do mesocarpo e expõem o lenhoso e espinhento endocarpo – ao ficar mais leve o endocarpo, que não permite o acesso à semente, pode ser carregado para locais mais distantes com ação das chuvas e o processo de germinação, quando desencadeado, encontra menos obstáculos para ser concluído.

Nas fitofisionomias de domínio cerrado as formigas – em particular as saúvas (gênero Atta) -desempenham fundamental papel em sua estruturação geológica, permitindo permeabilidade e alterando as suas características em torno do formigueiro e adjecencias, tornado-o nesses pontos mais propício à germinação. Como bem diz o grande ambientalista Celso Paiva:

“Pelo menos o cerrado não existiria sem formigas e cupins, pois sem esses organismos a laterização em latossolos seria rápida e irreversível”. 

As formigas retiram todo o espesso material que envolve a semente do pequi até
chegar na camada espinhosa. Dessa forma aceleram o processo de decomposição
do mesocarpo e expõem o lenhoso e espinhento endocarpo – ao ficar mais leve o
 endocarpo, que não permite o acesso à semente, pode ser carregado para locais
 mais distantes com ação das chuvas e o processo de germinação,
quando desencadeado, encontra menos obstáculos para ser concluído.

A lateralização em latossolos constitui-se do endurecimento do solo pelo acumulo de minerais. Solos lateralizados tornam-se inviáveis para a regeneração da cobertura vegetal, deixando-os muitas vezes permanentemente inférteis.

A diversidade bem como a quantidade de espécies e indivíduos de formigas correlaciona-se com o arranjo que se observa nos componentes bióticos em que se encaixam. Assim, pode-se considerar as espécies que ocorrem em um determinado ambiente bio indicadoras de sua qualidade geral. Conforme a espécie e a sua exigência ecológica o ambiente pode ser considerado conservado ou degradado. Mudanças profundas em uma determinada área, como a derrubada da cobertura vegetal,  podem beneficiar uma espécie ou trazer um alto custo para outra. Formigas arborícolas ou que exercem relação interespecíficas – relacionam-se com outros seres, como as que protocooperam com os Membracídeos – são prejudicadas pela derrubada enquanto as carregadeiras se beneficiam com o súbito acúmulo de material vegetal disponível. Vale salientar que a mudança em uma determinada área natural, embora no primeiro momento possa parecer vantajoso para uma determinada espécie sempre trará consequências irreparáveis para toda a dinâmica que outrora ocorria harmoniosa.

Curiosidade: A mirmecologia –  do grego (myrmex, eko = formiga + logos = tratado + ia) -é a ciência que estuda as formigas.


Ninhos e enxames

Ninho de marimbondo chapéu (Apoica pallida)

Os insetos da ordem Hymenoptera são exímios arquitetos da natureza. As suas edificações são construídas com os mais variáveis materiais, no solo – acima ou abaixo – dentro e fora das árvores, aproveitando-se de todas as suas estruturas. Até mesmo em nossas casas. Diversos materiais são utilizados pelos himenópteros na confecção de seus ninhos. As formigas são conhecidas por seus ninhos em cavidades complexas no solo, compreendendo um intricado de túneis e câmaras utilizadas para os mais diversos fins. Existem, porém outros modos distintos conforme a especialização da linhagem. Formigas tecelãs (Campanotus senex) utilizam uma secreção sedosa produzida pelas suas larvas para a construção de seus ninhos. Uma espécie que ocorre na América Central utiliza do corpo dos próprios indivíduos que compõem a colônia como componente estrutural de seus ninhos – formando uma verdadeira edificação viva que tem como ponto central a rainha. Como nômades essa adaptação é mais eficaz evitando o esforço desnecessário ao fabrico de um ninho que logo seria abandonado.
 A fibra vegetal é amplamente utilizada por espécies de Vespidae. As árvores do cerrado são importantes fornecedoras de matéria prima para as vespas. Com o seu tronco geralmente preenchido por material espesso, verdadeira cortiça, e folhas cobertas por cutículas e pilosidades não raro é possível observar vespas nessas estruturas colhendo material para a fabricação de seus ninhos. No cerrado destacam-se os vespeiros do marimbondo chapéu (Apoica pallida) – que tem a formato do acessório utilizado pelo homem do campo para se prevenir das radiações solares – do maribondo tatu (gênero Synoeca) – que lembra a carapaça dos exímios escavadores dos nossos solos, as diversas espécies de tatus (família Dasypodidae) e das inúmeras espécies de abelhas sem ferrão com os seus ninhos em troncos ocos mourões e murunduns. Os marimbondos do gênero Polybia, chamados carinhosamente de marimbondo chumbinho, produzem ninhos – chamados de caixas de marimbondo – em formato geralmente arredondado com um abertura que dá acesso às diversas camadas interiores.

Polybia occidentalis (Olivier, 1791)
Frieseomelitta silvestrii (Friese 1902)
Tetragonisca angustula angustula
(Holmberg)
Polybia fastidiosuscula (Saussure, 1854)
Ninho de abelha nativa estabelecido em tronco
Ninho da vespa social Metapolybia

Outra característica comum a diversas espécies é a utilização de cavidades já existentes. Abelhas nativas sem ferrão são especialistas em ocupar cavidades em troncos de árvores mortas ou mourões dos cercados de fazendas ou a beira de estradas rurais. Abelhas introduzidas (gênero Apis) não raramente são encontradas em edificações humanas – cavidades em postes de iluminação pública, torres de telefonia, etc. Enxames podem inclusive ocupar uma casa inteira, muitas vezes precisando da intervenção de especialistas para a sua remoção. Na zona rural as vespas chamadas marimbondo cavalo – nome genérico a diversas espécies –  ocupam o interior de forros e demais estruturas superiores das edificações. Essas vespas, embora tenham uma ferroada bastante dolorosa, se não incomodadas não representam perigo para as pessoas. Na maioria dos casos elas acabam se tornando uma atração da casa. Como são inquilinos que, mesmo se retirados têm o hábito de voltar, o jeito é se acostumar com a sua presença.

Abelha do gênero Centris fazendo ninho no solo 
ninho de Apis mellifera em poste d eiluminação pública
Ninho de vespa oleira.

Outros visitantes comuns são as vespas oleiras. As suas construções podem ser pequenas e passar despercebidas ou preencher todo o canto de uma parede. As vespas não habitam esses ninhos, elas os constroem para aprisionar as suas presas – aranhas, lagartas e outros pequenos invertebrados. Após a captura, a vespa paralisa a sua vitima inoculando seu veneno que tem efeito apenas paralisante, mantendo  portanto a presa viva. A vespa então introduz o seu ovo no corpo do animal capturado e a larva, após a eclosão, passa a se alimentar  das suas entranhas. As “casinhas de barro” em nossas paredes são verdadeiros sarcófagos onde o processo de reprodução de diversos vespídeos se conclui.
A reutilização de ninhos abandonados de um himenóptero por outro também é verificada. As vespas que agem dessa forma se beneficiam ao encontrar estruturas prontas ou que necessitem de alguma reorganização conforme a característica da espécie. Vespas do gênero Polistes são frequentes reutilizadoras de ninhos. Muitas espécies do gênero têm os são favos exposto, o que facilita o processo de adaptação à nova instalação.

Ninho de vespa em uma folha
Vespeiro em uma árvore do cerrado
Ninho de formiga tecelã – Camponotus senex


A sistemática da organização social nas espécies que compõem a ordem Hymenoptera é uma intricada particularidade quando se observa essa característica nos seres vivos. Embora alguma espécies têm por natureza a vida solitária – como é o caso das vespas do gênero Hoplomutilla – a vida em sociedades talvez seja o atributo mais curioso observado.
Como seres extremamente organizados, os ninhos – que são também chamados de caixa ou vespeiro no caso de vespas e marimbondos – são feitos de forma a respeitar essa característica, contendo câmaras divididas para cada necessidade do grupo. Exite a câmara onde se encontram a rainha, a câmara de berçário, onde são depositados os ovos e ocorre o processo de transformação das larvas eclodidas em insetos maduros, a câmara onde é produzido e guardado o alimento – o mel que utilizamos de algumas espécies é depositados nesses espaços denominados favos. As vespas caçadoras de hábito social utilizam essas câmaras para guardar as suas presas.

Tipos de enxames

Quando uma colmeia atinge o limite de seus recursos, quando novas rainhas estão prontas para formar a sua própria colônia ou fatores adversos como processo de predação e mudanças no meio ambiente surgem a sociedade das abelhas e das vespas sociais procuram uma nova área para se abrigar em um processo denominado enxameio.
Dois tipos de enxames podem ser analisados no processo de mudança de uma colônia:

  • Enxame de evacuação
Ocorre quando fatores adversos surgem, como  por exemplo ações de predação contra a colônia ou mudanças bruscas nas condições ambientais que tornam inviáveis a sua permanência no local em que se encontra. Quando algum dos fatores incômodos se mostra presente uma operária ou um grupo delas – denominadas escoteiras – fazem buscas por uma área propícia para a fundação de um novo ninho. Ao encontrar o local adequado elas marcam o caminho com substâncias químicas produzidas por glândulas especializadas. Esse caminho é denominado trilha de cheiro e tem como princípio básico orientar o enxame para encontrar o caminho do local indicado para a nova edificação. Geralmente, principalmente após um evento que venha a danificar o ninho, enquanto a busca por um novo local ainda se processa as vespas se estabelecem em folhas próximas, esperando que as escoteiras retornem. A ação de construção do ninho começa tão logo a rainha e as operárias encontram o local indicado pelas operárias escoteiras.  
  • Enxame reprodutivo, nupcial ou de fissão
Fase do processo reprodutivo das colônias, ocorre quando indivíduos adultos deixam os seus domínios para começar um novo ninho. Ocorre então o voo nupcial e a rainha é fecundada. Após a fecundação ela procura por um local e começa uma nova colônia. Essa rainha é chamada de  fundadora independente. Uma nova colmeia, dependendo da ecologia da espécie,  pode ter mais de uma rainha. Em algumas linhagens operárias adultas  seguem as novas rainhas e com ela fundam a nova colônia.

Quero ser Hymenoptera

Diversas espécies evoluíram de forma a mimetizar os insetos da ordem Hymenoptera, principalmente aqueles que representam perigo para possíveis predadores em caso de interação agonística. Eco adaptações miméticas se mostram eficientes e demonstram toda a variedade evolutiva de que dispõem as espécies em busca do sucesso de sua perpetuação.

Mosca da família Mydidae mimetizando vespas do gênero Pepsis

Adaptações como o aposematismo, em que ocorre uma sinalização de advertência como um padrão de cores que demonstram para o possível agressor uma característica de toxicidade ou impalatabilidade são comumente verificáveis em Lepidópteros relacionando-os com o mesmo padrão em himenópteros, especialmente vespídeos. As famílias  Arctiidae e Erebidae demonstram uma grande quantidade de gêneros onde os seus indivíduos de alguma forma apresentam características que os assemelham às vespas. Por isso, espécies dos gêneros Antichloris, Dinia, Macrocneme, Cisseps entre outros são comumente chamadas de mariposa vespa. Algumas espécies de aranhas, como Myrmarachne plataleoides também se utilizam de estratégias miméticas para enganar possíveis atos de predação, apresentando-se morfologicamente como formigas – em muitos casos apenas análises minuciosas revelam a verdadeira identidade do inseto. Dípteros usam igual estratagema, como é o caso da mosca-soldado-negra (Hermetia illucens). No importante trabalho Camuflagem e mimetismo como estratégia de sobrevivência (Isabela Adriana dos Santos Teixeira) somos apresentados com minucias às incríveis artimanhas evolutivas quanto a camuflagem e mimetismo utilizadas pelos mais diversos organismos para a sua sobrevivência e perpetuação. Um caso que já tratamos aqui no Curvelo Fauna e Flora é o da mosca-cavalo-do-cão (família Mididae), que se passa perfeitamente por um cavalo-do-cão do gênero Pepsis.

Macrocneme sp.
Antichloris eriphia (Fabricius,1777)
Hermetia illucens (Linnaeus)
Dinia eagrus (Cramer, 1779)
Cisseps fulvicollis (Hübner, 1818)
Mosca da família Mydidae


A ordem Hymenoptera em Curvelo

A região de Curvelo, pelas suas características fitofisionômicas, onde ocorre a predominância do domínio cerrado mesclado a elementos de mata atlântica (floresta semidecidual e decidual de altitude) e caatinga, é propícia à ocorrência de inúmeras espécies de insetos da ordem Hymenóptera. 
Vespa bebendo água

Na cidade e em seu entorno os Formicidae são particularmente tratados como pragas da monocultura de eucalipto – que, em uma análise menos profunda, é na realidade o verdadeiro vilão, pois substitui a cobertura vegetal natural. Vale salientar que em ambientes equilibrados a presença de himenópteros é positiva, já que eles agem de forma a regular a composição numérica de espécies potencialmente prejudiciais que, quando em superpopulações, podem causar incalculáveis estragos para a área onde proliferaram.
Um levantamento melhor elaborado da ordem Hymenoptera na região  poderá trazer agradáveis surpresas quanto a quantidade de espécies e mesmo encontrar raridades ou linhagens novas. Pela complexidade de sua composição natural, o centro norte de Minas Gerais como um todo necessita de um olhar direcionado por parte de pesquisadores e instituições. Muito já se perdeu e muito ainda poderá se perder havendo a possibilidade de sequer termos compreendido a sua dinâmica ambiental ou evolutiva e mesmo ter conhecimento de sua existência.

 Foram encontradas em Curvelo espécies das famílias Polybia, Mutillidae, Apidae, Crabronidae, Scoliidae, Pompilidae, Formicidae, Superfamília Ichneumonoidea, Vespidae, Scelionidae dentre outras.
Como uma ordem de ampla distribuição e farta quantidade de famílias e espécies,o número de indivíduos catalogados tende a aumentar conforme são feitas novas análises de campo. 


Saiba mais: Insetos do Brasil, 12º Tomo, Himenópteros – Costa Lima, Glossário de entomologia – Bioecolab UFRGS, Ninha.bio.br, Só biologia, Wikipedia, Infoescola,  Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tipos de plantas, Brasil Escola, Interações entre formigas e plantas com nectários extraflorais em um mosaico ambiental – Sandra Regina Buss & Carlos Roberto Fonseca – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, O ponto de vista das formigas, Ecologia de Populações e Comunidades – Nivaldo Peroni, Malva Isabel Medina Hernández, Camuflagem e mimetismo como estratégia de sobrevivência (Isabela Adriana dos Santos Teixeira), Estudos do mimetismo em Lycidae (Insecta: Coleoptera) – Elynton Alves do Nascimento, A glândula metapleural e suas secreções de algumas formigas Myrmicinae e Ectatomminae (Hymenoptera: Formicidae), Guia para os gêneros de Editora Inpa – Manaus 2015 formigas, As formigas tecelãs do cerrado, Estudo de Caso: a Reutilização de Células de Ninho Abandonado de Polistes (Aphanilopterus) simillimus Zikán, 1951 (Hymenoptera: Vespidae, Polistinae) por Tetrapedia (Tetrapedia) diversipes Klug, 1810 (Hymenoptera: Apidae, Apinae), Guia de identificação dos ninhos de vespas sociais (Hymenoptera, Vespidae, Polistinae) na Reserva Ducke, Manaus, Amazonas, Brasil, Biologia e Arquitetura de Ninhos de Centris (Hemisiella) tarsata Smith (Hymenoptera: Apidae: Centridini), Agência Fapesp, Os serviços ecossistêmicos das abelhas – Vera L. I. Fonseca (USP, UFERSA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Instituto de Ciências Agrárias – Entomologia Básica – Germano Leão Demolin Leite Professor Associado II ICA/UFMG, Insetos eusociais e o desafio para a idéia de seleção natural – Pedro Leite Ribeiro (Departamento de Fisiologia, Instituto de Biociências, USP Recebido 26mar09 / Aceito 24nov09 / Publicação inicial 24nov09), Trofalaxia oral entre operárias de Acromyrmex subterraneus subterraneus, Forel 1893 (Formicidae: Attini) em mini-formigueiros – D.D.O. Moreira,  A.M. Viana-Bailez, F.F. Ferreira,  M. Erthal Junior, F. Carrera,  R.I. Samuels, A Otimização Colônia de Formigas – Estéfane G. M. de Lacerda (Departamento de Engenharia da Computação e Automação UFRN), Aspectos neuroendocrinos e comportamentais do desenvolvimento da formiga Camponotus (Myumotryx) rufipes Fabricius, 1775 (Hymenoptera, Formicidae, Formicinae) Paula Andréa Oliveira Soares, As formigas Poneromorfas do Brasil – Jacques H. C. Delabie, Rodrigo M. Feitosa,José Eduardo Serrão, Cléa S. F. Mariano, Jonathan D. Majer, Fisiologia Animal, A super organização da formigas, A interação entre Membracídeos e formigas protege indivíduos de Dalbergia Ecastophyllum (Fabaceae) contra a herbivoria, Estrutura de comunidades de formigas do cerrado – Rogérios Silvestre, Ecologia comportamental na interface formiga-planta-herbívoro: Interações entre formigas e lepidópteros, Vamos investigar as formigas – Eduardo Sequeira, Efeito dos ninhos de formigas saúva (Atta spp.) sobre a vegetação do cerrado – Guimarães; F.J, Perin, M.A.A., Vasconcelos, H.L (Universidade Federal de Uberlândia- Instituto de Biologia, Departamento de Ecologia jujufergui@yahoo.com.br), Chave para as principais subfamílias e gêneros de formigas (Hymenoptera: Formicidae) – Fabricio Beggiato Baccaro (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA Programa de Pesquisa em Biodiversidade – PPBIO Faculdades Cathedra), Google, Ninha bio, Himenópteros parasitóides (Insecta, Hymenoptera) em área agrícola de Rio Claro, SP, Brasil – L. Souza, S.M.P. Braga, M.J.O. Campos (Universidade São Francisco, Rua São Francisco de Assis, 218, CEP 12916-900, Bragança Paulista, SP, Brasil.E-mail: luceli.souza@saofrancisco.edu.br),

GMJP


2 thoughts on “A Ordem Hymenoptera em Curvelo”

  • avesdojapao disse:
    junho 16, 2016 às 12:05 am

    Parabéns pelo blog, é excelente.

    Responder
  • Geraldo M. Pereira disse:
    julho 12, 2016 às 5:12 pm

    Obrigado, fique de olho que todo mês teremos uma novidade sobre as belezas naturais de Curvelo.

    Responder

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