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Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) – uma família em Curvelo


By Geraldo M. Pereira | dezembro 15, 2017 | Category Aves, Meio ambiente

O falcão relógio talvez seja uma daquelas aves que, ao serem observadas, alceiam o espirito do passarinheiro a um novo patamar não de elevação, mas de leveza, de gratidão por ter tão somente escolhido a contemplação da natureza como mote para seguir o dia a dia com altivez e entusiasmo. Muitas são as aves que, pelo seu comportamento naturalmente discreto, estão no rol daqueles desafios pessoais. Há muito tempo vinhamos recebendo pistas da presença de Micrastur semitorquatus em Curvelo, não raro um bando de gralhas cancã (Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)) se anunciava na localidade com imitações do rapinante – e deveras não poucas vezes nos enganaram muitíssimo bem com esse hábito comum aos Corvídeos, diga-se de passagem. No momento do encontro, entretanto, elas não estavam – será que pelo iminente perigo que já sabiam por ali rondar? Saímos cedo, a procura especialmente, dentre outros, do chupa dente (Conopophaga lineata (Wied, 1831)), que até então não encontramos (e demos até uma pausa na procura, diante os fatos que se sucederam). Eis que, de repente, passa por nós saindo de uma cavidade entremeando-se na mata o majestoso milhafre-de-colar, mirando a mais densa população de árvores. Nos posicionamos então, e tão logo começamos a nos preparar para o registro. Iria acontecer? De imediato não importava, estava ali confirmada com observação visual a presença desse misterioso falcão nas terras curvelanas. Mais um daqueles felizes acasos que veem afirmar a expressão “quem procura acha”. Achamos.


O encontro

Na ocasião, Maurílio Neto e eu ainda nos olhamos procurando entender se realmente aquele avistamento se tratava de um falcão relógio. A vocalização do bicho ao longe, contudo, retirou qualquer sombra de duvida. Ainda me passou a lembrança das gralhas… mas percebemos que a majestosa ave nos queria também, em meio as árvores ela se aproximava, mirolhando espreita, não deixando espaço para um registro razoável sequer – não raras vezes esgueirava-se entre os galhos de tal modo que tínhamos a nítida impressão de ela ter saído dali. Por quase meia hora ficamos assim, nós quietos, ela nas beiras, esticando o pescoço, passeando esquilosamente entre a vegetação enxameada de troncos, galhada, cipó e folhas secas. Era período de fim do inverno, quando a mata semidecídua quase totalmente nua desfralda ainda alguma heroica folhagem, as gameleiras (Ficus sp.) talvez naquela conformação os exemplares únicos com a copa verdejante. De repente percebemos uma aproximação abrupta, toquei o play back para ver a reação do milhafre-de-colar e a surpresa não poderia ser maior: ele pousou bem diante de nossos olhos! 
O belo e misterioso falcão relógio se exibia a nossa frente, com todo o seu garbo, reverberando o seu canto imponente por entre a mata. Gravar tal momento exigia dos trêmulos braços uma ação mais segura – afinal, o equipamento não é lá assim tão pesado e estar frente a frente com tamanha majestade da mata obriga o observador a manter as emoções dentro de um eixo razoável, depois sim seria o momento de extravasar. Firme, então, tentei me postar, respirei firme e fiz o pequeno vídeo abaixo:

As notas a ecoar da siringe daquele magnífico falcão me envolvia em uma emoção desmedida, era o encontro cara a cara com um misterioso integrante do topo da cadeia alimentar, um ser que ao emitir o seu canto impõem silencioso respeito nos outros habitantes da mata. Um dos ápices da minha brincadeira de passarinhar acontecia ali naquele momento…
Alguns dias depois voltamos com os amigos Antônio Augusto Nery (Augustinho) e Tonhão e montamos acampamento em outro ponto um pouco mais afastado da área do primeiro encontro, mais aberto e com melhor campo de visão.

Estrutura montada para registrar o falcão relógio
Estrutura montada para registrar o falcão relógio
Embora toda estrutura M. semitorquatus não facilitou


Após montarmos uma pequena tenda com redes camufladas fiz a emissão da vocalização pelo play back e não tardou um indivíduo repetiu os movimentos por entre as árvores da observação anterior. Augustinho confessou que tremia, tamanha a emoção em ver tão incrível espécie das matas, o que dificultava para que pudesse realizar o registro fotográfico. Tonhão pouco falava, apenas mostrava de vez em quando algumas fotos que já havia conseguido. Por fim o incrível rapinante se afastou e nos pusemos a contemplar as fotos e vídeos que cada um havia conseguido.

Ambiente onde a espécie foi encontrada.
Ambiente onde a espécie foi encontrada.
Ambiente onde a espécie foi encontrada.


Após o emocionante registro fomos até uma cavidade na parte baixa do local e, depois de uma breve análise descobrimos penas e ossos em um ponto específico. Maurílio então foi até lá e surpreendeu-se com o que tinha ali: dois ovos manchados em tons de marrom claro e escuro.
Em conversa posterior a descoberta dos ovos decidimos que não publicaríamos os registros até a saída dos filhotes do ninho e não divulgaríamos o local exato onde foi feito o achado, já que pessoas de má índole como falcoeiros que vivem na cidade e em Diamantina poderiam se aproveitar da informação para retirar os ninhegos para as suas “coleções”. Da parte dos passarinheiros curvelanos Micrastur semitorquatus nidificará por muitos anos nesse local. 

O belo falcão relógio – Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817)

Classificação Científica
Reino:
Animalia
Filo: 
Chordata
Classe:
Aves
Ordem:
Falconiformes
Família
Falconidae, 
Leach, 1820
Espécie:
M. semitorquatus
Nome Científico
Micrastur semitorquatus 
(Vieillot, 1817)
Em inglês 
Collared Forest-Falcon
IUCN 3.1
LC – Pouco Preocupante
O falcão relógio ou gavião relógio (Micrastur semitorquatus  (Vieillot, 1817)) é uma ave da ordem Falconiforme, família Falconidae, gênero Micrastur – composto por sete espécies e oito subespécies (dados que variam conforme a autoridade taxonômica) que ocorrem exclusivamente na região Neotropical. As espécies têm como área de ocorrência o interior das florestas, matas densas e matas ciliares bem preservadas das Américas do Sul e Central, desde o México até a Argentina. Encontra-se atualmente com o status de Pouco Preocupante na lista da IUCN, mas a destruição do seu habitat pode interferir para a mudança desses dados nos próximos anos.
A espécie apresenta variações na plumagem (polimorfismo), sendo a mais comum aquela em que os indivíduos tem a parte superior da cabeça e parte superior do pescoço negros, partes inferiores e região ventral branca com um colar na garganta da mesma cor e uma faixa negra que parte de ambos os lados da cabeça e afinam-se abruptamente não chegando contudo a se encontrar. Espécie rabilonga com quatro listas brancas distantes uma da outra. Pernas amarelas e longas. Existem ainda indivíduos cuja coloração apresenta-se creme ou escura.


O nome comum da espécie se deve a pontualidade e constância com que a sua vocalização característica “AO” ecoa nas matas onde habita, mais comumente na alvorada e no entardecer. De acordo com o Wikiaves o seu nome científico quer dizer “Pequeno milhafre com pequeno colar”. A espécie tem como autoridade descritiva o naturalista e ornitólogo francês Louis Pierre Vieillot cuja abreviatura padrão Vieillot é utilizada para determinar os taxa por ele descritos. Entre as obras de Vieillot encontram-se Analyse d’une nouvelle ornithologie élémentaire e Histoire naturelle des oiseaux de l’Amerique Septentrionale : contenant un grand nombre d’especes decrites ou figurees pour la premiere fois.

Consta que M. semitorquatus nidifica preferencialmente em cavidades arbóreas ou cavernícolas, porém, publicações como Descrição da nidificação de Micrastur semitorquatus (Falconiformes: Falconidae) no interior de uma habitação rural, no Município de Sete Lagoas -MG.  têm demonstrado certa adaptabilidade da espécie ao nidificar em edificações urbanas. Esse comportamento pode estar relacionado com a perda gradual de seu habitat através do desmatamento para a monocultura ou pecuária bem como a cada vez mais comum aproximação das instalações humanas às áreas de ocorrência, as matas que comportam arborização densa.

No caso específico de Curvelo o casal de M. semitorquatus escolheu um local de acesso relativamente difícil, o que em muito vem colaborar para o sucesso da ninhada e a probabilidade de reutilização do mesmo espaço nas próximas temporadas reprodutivas. A maior ameaça para a espécie no município é a monocultura do eucalipto que avançou de maneira desenfreada sobre diversas áreas de cerrado e matas que se caracterizam como potenciais locais de ocorrência da espécie.

A família e seus hábitos alimentares

O falcão relógio foi encontrado em Curvelo no dia 06 de agosto de 2017 e, após retornarmos à área no dia 12 de agosto de 2017 confirmamos a existência de um ninho com três ovos, dois de coloração amarronzada, manchados em tons claros e escuros dessa cor e outro mais afastado, esbranquiçado, com aspecto mofado. Na ocasião um dos dois ovos sadios tinha aparência firme enquanto o outro estava com aspecto de amassado, o que nos levou a deduzir que a sua postura tinha sido feita naquele dia ou no máximo no dia anterior.

Ovos de M. semitorquatus.

Na observação posterior, no dia 26/08/2017 esse ovo já se encontrava com o aspecto firme como do outro. A nidificação ocorreu no fim do inverno no hemisfério sul – na região historicamente esse período é marcado por forte seca mas com a iminência da chegada das chuvas e consequente aumento na cobertura vegetal, o que leva a supor* que, pelos hábitos florestais da espécie, os filhotes ao saírem do ninho já irão encontrar um ambiente mais propício para que possam passar despercebidos. O ninho se encontra em uma cavidade acima do solo na parte externa de uma caverna – que não será divulgado de qual se trata até a próxima temporada de choca, quando há a possibilidade de a espécie voltar a nidificar no local. Esse cuidado se explica devido a existência na cidade de Curvelo e região de grupos de falcoeiros que não se privam de retirar os filhotes dos ninhos e, de alguma maneira escusa, conseguir registrá-los como sendo adquiridos de procedência legal. Chegou ao nosso conhecimento fato que corrobora o nosso cuidado acontecido com a retirada de um filhote de falcão-de-coleira (Falco femoralis (Temminck, 1822)) por um desses colecionadores de aves. Nós, como observadores, nos limitamos apenas a observar e documentar da maneira menos prejudicial possível para a espécie e temos como obrigação manter o equilíbrio do ambiente não interferindo ou deixando que interfiram em seus mecanismos.

A cavidade escolhida possui um leve declive onde os ovos foram depositados junto a parede e os ninhegos, nas primeiras semanas após eclodidos, utilizavam como área preferencial de repouso. Muitas outras cavidades interligam-se a essa principal e não raras vezes foi possível verificar a utilização delas pelo adulto que estava no ninho no momento em questão.
O ninho, de uma forma geral, é forrado quase que exclusivamente dos ossos e das penas das presas abatidas. Não foi possível determinar se a pele, principalmente de mamíferos, era reutilizada como forragem. Embora a quantidade expressiva de ossos e penas o local não apresenta odor, toda a matéria orgânica que poderia vir a contaminar o ambiente – como restos de carne, vísceras, sangue, etc – não se encontram presentes, o que leva a *especulação de que os adultos, de alguma forma que não foi possível observar, fazem a limpeza e retirada dessas partes da presa (ou mesmo podem ser utilizadas como alimento).

Os ossos, que em uma primeira vista aparentemente estão amontoados, encontram-se em sua maioria quebrados em pedaços menores e misturados às penas. Alguns pedaços maiores foram disponibilizados de forma como a servir de escora aos ovos, evitando dessa maneira possível deslocamento dos mesmos em situações, por exemplo, como a chegada de um dos adultos com uma presa de porte maior. As carcaças frescas sempre eram depositadas distante dos ovos, mas na mesma cavidade e nunca próximas do ovo que não vingou – perto dele eram depositados a maioria dos restos mortais das presas utilizados na confecção geral do ninho (o excedente de penas e ossos). As carcaças frescas ficavam geralmente separadas no chão da cavidade longe do acumulado, o que *demonstra um cuidado por parte dos adultos quanto a não contaminação das mesmas por possíveis micro-organismos constantes  naquele espaço. De uma semana a outra não era mais possível identificar partes da carcaça observada anteriormente: ou havia outra carcaça fresca ou mais acumulo de ossos e penas. Mau cheiro foi percebido apenas no dia 02/09/2017, quando os filhotes já ficavam mais sozinhos no ninho, fato não notado nas observações posteriores.

Restos mortais de uma das presas de M. semitorquatus
possível jovem jacupemba (Penelope superciliaris (Temminck, 1815))
Possível inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827))
Restos de uma serpente sem identificação
Possível roedor da família Leporídae – tapiti (Sylvilagus brasiliensis (L.))?
Jovem M. semitorquatus e ao seu lado restos de uma serpente, possivelmente Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823)

Detalhes do ninho mostrando os restos mortais de diversas presas do falcão relógio.
Detalhes do ninho mostrando os restos mortais de diversas presas do falcão relógio.
Detalhes do ninho mostrando os restos mortais de diversas presas do falcão relógio.

Em praticamente todas as ocasiões os adultos demonstraram estar perto do ninho, ou vocalizando ou rondando as imediações; no entanto, após a postura dos ovos, sempre apenas um deles voltava para a área e pouquíssimas vezes era efetivamente observado.

Ovo que não vingou encontrado no ninho.

A esse fato supomos que estavam os dois ao longo do dia caçando e, na oportunidade de captura de alguma presa ela era levada imediatamente para o local. Ao longo das observações ficou demonstrado que as presas eram de espécies diversas, sendo que em algumas oportunidades foi possível analisar partes das mesmas ainda frescas. Identificamos a pata de uma ave, possivelmente um jovem jacupemba (Penelope superciliaris (Temminck, 1815)) que vimos na região em data anterior; possivelmente um inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)), de uma serpente não identificada, de um mamífero, possivelmente um roedor da família Leporídae – tapiti (Sylvilagus brasiliensis (L.))?. No ninho, analisando-se os restos mortais, foi possível identificar o crânio de um roedor de pequeno porte e muitas estruturas ósseas comuns às aves. Outra serpente foi encontrada sem a cabeça no dia 15/11/2017, possivelmente uma Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823).

Após a eclosão dos ovos na semana entre dos dias 17/09/2017 e 24/09/2017, a presença dos adultos no ninho especificamente se tornou menor, embora sempre um deles demonstrasse estar próximo, ou pela vocalização, ou efetuando rápidas entradas na cavidade ou ficando entre as árvores nos observando. Os filhotes permaneciam praticamente no mesmo local onde havia sido a postura e, ao perceberem o menor movimento se punham a vocalizar como que a chamar pelos pais, comportamento não mais notado à partir do dia 07/10/2017, duas semanas após a choca. A plumagem era de uma coloração toda branca.
No dia 14/10/2017 eles já se locomoviam com bastante dificuldade por uma certa área do ninho próxima ao ponto de postura e se aproximavam de pontos onde percebiam movimentação. A plumagem ainda permanecia toda branca.
No dia 21/10/2017 já apresentavam uma coloração escura nas asas e permaneceram arredios, não se movimentando na área do ninho diante a nossa presença e observando os nossos movimentos.

No dia 29/10/2017 os ninhegos já apresentavam bastante mudança na plumagem com diversas manchas escuras pelo corpo. Permaneceram arredios, não se movimentando na área do ninho diante a nossa presença e observando os nossos movimentos. Um dos adultos saiu do ninho e pousou rápido a nossa frente, logo se embrenhou na mata e não foi mais observado.
No dia 05/11/2017 os ninhegos já se locomoviam com certa habilidade no ninho, sendo que um deles se manteve o tempo todo de nossa permanência no local em pé, nos observando atentamente. Já apresentavam a plumagem bem característica na mudança de filhote para jovem. Um dos adultos vocalizou e se locomoveu entre as árvores do entorno do ninho, não possibilitando contudo uma melhor visualização.
No dia 15/11/2017 tivemos dificuldades em observá-los, o que nos levou a acreditar que eles tinham saído do ninho. Com a região dorsal e asas bastante enegrecidos um deles deixava mostrar apenas parte do corpo por entre uma fresta enquanto o outro estava totalmente escondido nesse buraco.
No dia 19/11/2017 mantiveram-se quietos no ninho, um deles em pé enquanto o outro permaneceu o tempo todo deitado. Naquele em pé foi possível perceber na região ventral que a coloração de jovem dava lugar a uma suave coloração esbranquiçada característica do adulto. Nessa altura me perguntei se eles ensaiavam voos pelo perímetro do ninho, já que em nenhum momento de todas as nossas visitas (embora o nosso tempo de permanecia no local sempre foi de curto prazo) não observamos outro comportamento senão o de procurar se manter imóvel nos olhando atentamente ou de posição de defesa.

Detalhe geral do ninho

Entre os dias 20/11/2017 e 15/12/2017 não foi possível ir ao local devido as chuvas que impossibilitaram o acesso a área do ninho. Como na última visita os ninhegos já estavam bem formados, com plumagem já assemelhado-se à dos adultos e que já decorrera 26 dias dessa observação concluímos que os mesmos já tenham deixado o ninho. Demos portanto como concluído o nosso processo de observação dessa família de Micrastur semitorquatus.
Entre o dia de confirmação da existência do ninho e dos ovos – 12/08/2017 – e o dia 20/11/2017, último onde não mais observamos os filhotes decorreram 101 dias. Somando-se a esses dias os dias que ficamos impossibilitados de ir ao local – de 20/11/2017 a 15/12/2017 (26 dias) temos 127 dias. De acordo com o Wikiaves, onde consta que os filhotes ficam no ninho no máximo de 46 a 50 dias, pode-se concluir assim que no dia 15/12/2017 não se encontravam mais no ninho e  estavam independentes dos pais.
Em todas as observações podemos notar uma relação harmônica entre os filhotes. Em Aves de rapina do Brasil Willian Menq cita o caso ocorrido no Pantanal em que um filhote nascido em cativeiro foi introduzido em um ninho natural e aceito pelos adultos.

*As informações com o sinal de asterisco são anotações de observação pessoal e, assim, precisam de análise científica mais apurada para que possam ser confirmadas.

Abaixo a linha do tempo dos filhotes do dia do encontro do ninho 12/08/2017 até o dia em que foi possível visitar o local pela última vez 18/11/2017:

12/08/2017
27/08/2017
02/09/2017
07/09/2017
17/09/2017
24/09/2017
01/10/2017
07/10/2017
14/10/2017
21/10/2017
29/10/2017
15/11/2017
15/11/2017
15/11/2017
18/11/2017


Acompanhar a família Micrastur semitorquatus foi uma das grandes experiências que nós, observadores de Curvelo, já tivemos. Uma ave misteriosa e naturalmente difícil de ser avistada nos brindando com as suas esquivas e principalmente o comportamento inato dos ninhegos que, mesmo muito novos demonstravam o comportamento muito próximo daquele observado nos adultos.
Agradecimentos especiais a Antônio Augusto Nery (Augustinho), Maurilio Neto e Tonhão Costa, o nosso esforço conjunto em manter vigilância e segredo durante os meses de observação e o respeito pelas aves foi preponderante para que as aves não sofressem nas mãos de traficantes. Agradeço em meu nome e em nome dos citados acima a todos os passarinheiros que vieram a Curvelo, registraram os ninhegos (e nas raras oportunidades os adultos) pela cumplicidade conosco ao manter sigilo sobre o ninho e sua localidade.


Saiba mais: Aves de Rapina do Brasil, Wikiaves, Descrição da nidificação de Micrastur semitorquatus (Falconiformes: Falconidae) no interior de uma habitação rural, no Município de Sete Lagoas -MG., Diversidade e uso do habitat por rapinantes diurnos em uma área protegida do Cerrado, sudeste do Brasil, Carlos Eduardo R. T. Benfica, Osteologia craniana de Micrastur semitorquatus Vieillot, 1817 (Falconiformes: Falconidae), Andreza Gomes da Silva, Guilherme José Bolzani de Ferreira, Reginaldo José Donatelli, Anderson Guzzi, Collared Forest-Falcon (Micrastur semitorquatus) Preying on Chestnut-mandibled Toucan (Ramphastos swainsonii) in Costa Rica, J. Edgardo Arévalo and Marcelo Araya-Salas, Nidificação do gavião-relógio Micrastur semitorquatus (Aves: Falconidae) no Pantanal Mato-grossense: dados biométricos, dieta dos ninhegos e disputa com araras; Lucas Aguiar Carrara, Paulo de Tarso Zuquim Antas e Regina de Souza Yabe, Artificial incubation and introduction of a Collared Forest-Falcon Micrastur semitorquatus chick into a natural nest in Southern Pantanal, Brazil Karlla V. C. Barbosa, Thiago Filadelfo and Neiva M. R. Guedes, Avibase, Nidificação de Micrastur semitorquatus Vieillot, 1817 (Falconiformes: Falconidae) no interior de uma habitação humana urbana no sul de Santa Catarina, Brasil Ivan Réus Viana1, Thomaz D’Aquino Silva1 e Jairo José Zocche, Green Nation, Sistema Integrado de Bibliotecas Universidade de São Paulo – SIBIUSP, Biofaces, Floresta Estacional Semidecidual e Ombrófila Florística, Estrutura, Diversidade, Similaridade, Distribuição Diamétrica e de Altura, Volumetria, Tendências de Crescimento e Áreas Aptas para Manejo Florestal. José Roberto Scolforo, José Marcio de Mello, Charles Plínio de Castro Silva, Nidificação de gavião-relógio Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) em uma gruta no Sul do Brasil. Marcelo Alejandro Villegas Vallejos; Michelle Lanzer;  Marco Aurélio-Silva; Luís Fernando Silva-da-Rocha, Biogeografia e filogeografia comparada do complexo Micrastur ruficollis (Aves, Falconidae) Leonardo Moura dos Santos Soares. Museu Paraense Emílio Goeldi. Universidade Federal do Pará. Programa de pós-graduação em zoologia. Curso de mestrado em zoologia, Mundo das Aves Corvídeos: enorme variação de tipos por Luís Fábio Silveira, Academia.edu, Collared Forest-Falcon (Micrastur semitorquatus) Preying on Chestnut-mandibled Toucan (Ramphastos swainsonii) in Costa Rica No Access – J. Edgardo Arévalo and Marcelo Araya-Salas, Reporte de un Nido de Micrastur semitorquatus en un Nido Previamente Ocupado por Ara militaris en El Refugio, Jalisco, México – Claudia Cristina Cinta Magallón y Carlos Raúl Bonilla Ruz, Biodiversity Heritage Library, The Journal of Raptor Research, Studies of the American Falconidæ: Monograph of the Genus Micrastur by Ridgway, Robert, 1850-1929.

GMJP

2 thoughts on “Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) – uma família em Curvelo”

  • Unknown disse:
    dezembro 22, 2017 às 2:36 pm

    Muito legal. Parabéns a todos que participaram desse trabalho maravilhoso de registro.

    Responder
  • Geraldo M. Pereira disse:
    dezembro 22, 2017 às 3:08 pm

    Obrigado.

    Responder

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